O estigma que o transtorno mental imputa à pessoa que o possui é de "evidências de que ele tem um atributo que o torna diferente de outros", ou seja, diferente do que é previsto por aqueles que são considerados pessoas normais.
A sociedade, ou parte dela, imprime no portador de transtorno mental a transição de "criatura comum e total", para "uma pessoa em crise e diminuída".
Como consequência, a sensação de se encontrar perturbado psiquicamente, pelo risco de ser considerado como um louco, faz com que o indivíduo negue a todo o custo o fato de estar doente: A maioria das pessoas com doenças mentais tem maior tendência a se afastar do contato social do que de se confrontar agressivamente com outras pessoas.
Isso ofusca a visão pública da Psiquiatria enquanto possibilidade positiva e diminui a incidência da busca por um tratamento adequado. É grave, porque a própria pessoa que adoece emocionalmente não procura ajuda, muitas vezes, por “auto preconceito” de que um transtorno psiquiátrico seja uma fraqueza, o que não é.
No Brasil, a média de tempo entre os primeiros sintomas psíquicos e a procura de ajuda pelo paciente é de cinco anos.
A primeira coisa a se ter em mente para se compreender um indivíduo com doença mental, é o fato de as doenças mentais ou psíquicas serem efetivamente doenças e o comportamento inadequado pode ser um sofrimento maior para o próprio doente do que para os outros.
Deve-se também reconhecer que um comportamento problemático, sem uma causa aparente, pode ser o resultado de uma doença psíquica e não uma falha de caráter.
Devemos mudar nossa visão do paciente psiquiátrico, que deve ser muito mais digno da nossa compreensão e apoio do que simplesmente marginalizado e excluído do nosso convívio e da sociedade.