Desde que o home office se tornou uma modalidade comum no mercado, muitas empresas e funcionários estão se adaptando às chamadas "férias silenciosas", que nada mais são do que o regime de trabalho em que o funcionário consegue viajar e cumprir outras atividades pessoais, sem a necessidade de afastamento do trabalho ou revelar sua localização aos chefes.
Conhecida também como “hush-cation” ou “férias informais” ou simplesmente como trabalho 100% remoto, essa tendência de mercado permite que funcionários trabalhem de qualquer lugar do mundo, desde que continuem suas atividades.
O home office ou a flexibilidade de horário está se tornando um dos benefícios mais buscado por profissionais, segundo Paulo Bivar, socio fundador da KINP Group, que reforça que essa demanda está sendo vista por muitos RHs como um caminho para a retenção de talentos.
Por outro lado, os malefícios podem incluir isolamento do funcionário do time e desafios de fusos horários diferentes.
A produtividade no home office também é discutida, sendo vista como variável e dependente da infraestrutura que a empresa oferece e disciplina do funcionário.
A adoção do modelo de “férias silenciosas” depende da cultura da empresa e de sua confiança na autonomia dos funcionários, afirma Bivar.
Em termos de legislação, ele alerta que as “férias silenciosas” não servem para trabalhadores no regime CLT, porque não podem passar longos períodos fora do país sem risco de complicações legais, enquanto contratos PJ oferecem mais flexibilidade.
Fato é que as “férias silenciosas” são interessantes para as empresas que focam na produtividade, afirma Bivar: “Somos muito bons em priorizar a conversa e o relacionamento no escritório, mas o mais importante para uma empresa é a produtividade, e isso nem sempre acontece no trabalho presencial. Por isso vale a empresa avaliar suas atividades e como dar mais resultado em um mercado cada vez mais competitivo”, diz. “No final das contas, a questão que assegura as ‘férias silenciosas’, e consequentemente a sustentabilidade do negócio, é a entrega e a qualidade do serviço”.
Embora a ideia de trabalhar em um local paradisíaco seja atraente para muitos, ela traz várias preocupações para os empregadores. Além das questões de produtividade, existe debate sobre a disponibilidade do empregado e sobre segurança e privacidade.
Isso porque trabalhar fora do ambiente usual pode expor dados confidenciais a riscos, especialmente se o funcionário não tomar as devidas precauções com redes Wi-Fi públicas e segurança cibernética.
Além disso, em caso de emergências ou necessidades urgentes, a localização remota do funcionário pode dificultar a resposta rápida. No contexto do trabalho remoto, é imprescindível que a empresa esteja ciente da localização geográfica do funcionário durante o período de trabalho.